Segurando uma navalha afiada, com lágrimas escorrendo de seus olhos, a menina apenas esperava os pais irem dormir.
O medo e o desespero induziam seus pensamentos para aquele ato.
A tristeza era demais, já não era mais possível ver a luz no meio daquela tempestade.
"Vai passar" era o que todos diziam, mas nenhum deles sentia ou tentava se pôr no lugar dela. Dizer é fácil quando a guerra não é sua, ela pensava.
Enquanto o tempo passava, ela apenas murmurava coisas sem sentido. Sua sanidade havia se esvaído por completo. Já não raciocinava mais.
A chuva batia na janela com força, o vento feroz balançava as maiores árvores... A menina sentiu o toque de uma mão quente que transmitia uma paz intensa e sem explicação, em seu ombro.
Muito assustada, ela se virou, mas não viu ninguém, apenas ouviu uma voz serena: "não faça isso, menina".
Achando que era apenas imaginação, talvez medo do que ela pretendia fazer, a menina tapou seus ouvidos com as mãos.
Mais uma vez ela ouviu a voz serena dizendo-lhe "não faça isso, menina".
Desesperada para não ouvir mais essa voz misteriosa, ela liga a televisão que, inexplicavelmente, liga em um canal que ela nunca havia assistido na vida.
Uma banda tocava uma música, e o refrão dizia: "Hoje muitos choram, mas não desistem de viver. Hoje muito choram sorrindo."
Perplexa, ela solta a lâmina, e com os olhos vidrados na televisão ela ouve novamente a voz em seu coração: "sorria, pois eu te amo".
(Baseado em uma história real contada pela banda durante o show.)
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