Meu coração bate num ritmo acelerado:
uma melodia doce e sofrida.
Prendo a respiração
para parar as batidas
apertadas, doídas, cortadas.
O sangue pulsando em minhas veias,
meus olhos correndo todo quarto
e os músculos sem um movimento sequer.
Estou presa, paralisada.
Eu preciso sair, eu preciso correr.
O remédio vai fazendo sua função,
tudo escurece e um sono profundo me domina.
~
Algo me diz que tudo mudou.
Meus pensamentos, meus atos,
todo meu tempo, toda minha vida.
O peito apertado pede, sofrendo,
que eu volte, que eu seja quem eu era antes.
O vento passa por meu cabelos
e pede meu sorriso de volta.
Nada é como antes,
nada voltará.
~
Sinto um vazio dentro de mim,
sei que é apenas um momento.
Mas este momento insiste em ficar,
em permanecer ao meu lado por um longo tempo.
Sei que nada que eu faça vai mudar.
Sei que tudo o que eu preciso é tempo.
Tempo para pensar,
tempo para acalmar,
tempo para refletir
e então voltar.
~
Outro dia se passa
e já não sei como sorrir.
Outro dia acaba
e já não sei o que sentir.
Mais um dia começa
e já não sei mais respirar.
~
Tudo o que eu pensava e sentia
já não é igual mais.
Eu caio, eu não respiro.
Meus olhos amedrontados,
as mãos e todo meu corpo trêmulos.
O coração acelerado.
Eu quero voltar.
~
Um dia claro em meio às minhas trevas
é tudo o que peço.
Não ouso pedir mais,
pois sei que jamais terei.
Desejo ser mais que isso,
um ser parado, totalmente estático
e sem vida.
Desejo ter asas e voar
por toda a imensidão do céu azul.
Desejo sair dessa vida
que me prende ao chão
e me impede de sonhos realizar.
~
Me falta o ar.
Me falta a luz do dia.
Me falta a alegria.
Mas na verdade,
nada mais me falta.
A ausência me completou
quando me acostumei
a este estado de espírito.
- Giovanna Munhoz
(10/04/2009)
~
Tudo foi em vão.
Cada palavra, cada abraço.
Hoje me negas teu olhar.
Quando tudo ficou assim?
Quem errou? Houve erro?
Talvez já não haja meio de voltar,
Talvez seja assim que deva ficar.
Meus versos não chegam a ti,
mas sei que podes sentir
cada lágrima que cai de mim
como se te pertencessem.
Não há mais desculpas,
minh'alma se esgotou
e já não tenho forças
para ignorar esse abismo
que se abriu.
Continuarei bem
para que não te preocupes.
Continuarei bem
para que me neguem os remédios.
Continuarei bem
para que o fim seja do jeito que imaginei.
Continuarei bem
mas somente por fora,
pois por dentro lâminas me cortam
e não posso mais me recuperar.
- Giovanna Munhoz
(28/04/2009)
Apenas versos idiotas, incompletos, perdidos, cuspidos, distraídos, malditos, quebrados, forçados saem dos meus dedos. Já não sei mais completar meus poemas antes tão sinceros, hoje tão incertos!
terça-feira, 28 de abril de 2009
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