Ela não era abusiva. Não mesmo. Ela tinha um olhar tímido que me seguia. Ela me escrevia bilhetes.
Ela não era abusiva. Não vou mentir. Ela sorria para os meus amigos. Ela nunca discutiu comigo (exceto quando acabou).
Ela não era abusiva. Não da forma que imaginamos. Imagine! Nunca.
Ela não era abusiva. Não. Ela era feminista; enfrentou a professora no primeiro dia de aula na faculdade. Revolucionária.
Ela não era abusiva. Batia no peito, citava Frida, Beauvoir e outras feministas históricas pudesse lembrar.
Ela não era abusiva. Ela frequentou a marcha das vadias, protestou. Que orgulho!
Ela não era abusiva... ela era tóxica. Isso não vou negar.
Ela era tóxica. Vivia cercada daquela energia pesada de quem declama sua própria carta de suicídio.
Ela era tóxica e me chamou de abusiva. Me condenou em plena rede social por um único ato de amor próprio: terminar um relacionamento fadado ao fim desde o começo para cuidar da minha sanidade.
Ela era tóxica e convenceu os amigos de que eu era a abusiva.
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